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Entrevista | Bom conceito econômico e gestão eficiente na Saúde marcam Governo Salvaro em Criciúma

Por: Marcos Schettini
26/06/2020 15:03 - Atualizado em 26/06/2020 15:04
Diego Redel

Prefeito da maior cidade do Sul catarinense, Clésio Salvaro chega ao último ano de mandato evitando falar de reeleição, embora os bons números econômicos antes da pandemia e os resultados na Saúde sob o coronavírus credenciam sua disputa como franco favorito.

Afirmando estar focado no combate ao Covid-19, o prefeito de Criciúma concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e falou sobre os desafios de quando a sociedade viver uma nova normalidade. Liderança respeitada dentro do PSDB, Salvaro também explanou sobre as virtudes e objetivos dos tucanos em Santa Catarina e avaliou os governos de Carlos Moisés e Jair Bolsonaro. Confira:


Marcos Schettini: O que o coronavírus modificou na vida de Criciúma para pior e melhor?

Clésio Salvaro: O vírus foi e ainda é um desafio para toda a sociedade. Revelou o nosso melhor. Criciúma respeitou as regras de isolamento quando foram impostas. Com esse tempo, conseguimos nos preparar e otimizar nosso sistema de saúde. Planejamos de maneira rápida e com assertividade a antecipação da inauguração da nova Unidade Central de Saúde, abertura de dois Centros de Triagens e reforma de um antigo hospital psiquiátrico, que se transformou num Centro de Tratamento para Recuperação da Covid-19, mas não foi como esses hospitais de campanha milionários que se monta e desmonta com estrutura de lonas. O nosso é uma obra que ficará para outros fins em saúde, como um centro de cuidados para idosos. A lamentar, claro, temos a demora por parte do Governo do Estado, em elaborar um plano de flexibilização inteligente para o retorno às atividades econômicas. O nosso plano já estava pronto há bastante tempo, mas os decretos estaduais nos impossibilitaram de colocá-lo em prática. Mas agora, Criciúma está voltando aos poucos a vida normal. Vamos vencer mais essa!


Schettini: Qual realidade a sociedade vai viver a partir do retorno à normalidade?

Salvaro: A recuperação dos empregos perdidos será o maior desafio. Desde 2017, vínhamos num ritmo incrível de crescimento e novas oportunidades geradas. Assumimos um governo com um índice negativo de quase 1.500 empregos, e passamos a mais de 2.000 empregos gerados até o início de 2020. Foram quase 3.500 novos postos de trabalho gerados. Os números do Caged apontam que parte disso deverá ser perdida por causa da pandemia. Mas já estamos com dois programas de recuperação empresarial, o “Supera Criciúma” e o “Refis 2020” que vem proporcionando fôlego ao empreendedor. Acreditamos que, ainda esse ano, nossa economia reaja rapidamente, em uma curva em “V”, como apontam alguns especialistas da área econômica.

Schettini: Fala-se em alterar a agenda eleitoral para fugir da aglomeração. É o caminho?

Salvaro: Eu tenho uma visão diferente. A recuperação da rotina em outros lugares do mundo, todos, claro, tomando os devidos cuidados, é uma tendência que em seguida deverá chegar também no Brasil. Falo pelo povo de Criciúma, que tem dado exemplo para o país no combate ao coronavírus. Se a sociedade brasileira adotar as medidas de zelo e segurança quanto aos cuidados com o contágio, teremos uma convivência com o vírus mais consciente e segura. Com isso, o calendário poderá ser cumprido, não só eleitoral, mas de outras demandas econômicas e sociais também.


Schettini: O PSDB tem qual objetivo político nas eleições municipais olhando 2022?

Salvaro: Ainda é cedo para tratar de 2022. Mas sempre tenho buscado, assim como sempre fiz, conversar, ouvir e aprender com as pessoas, entendendo quais direções Criciúma, o Estado e o País precisam seguir. A partir daí, no momento certo, elaborar e conduzir um planejamento que seja condizente com o momento futuro.


Schettini: Caso Carlos Moisés perca o poder, onde o PSDB soma na reconstrução de SC?

Salvaro: Santa Catarina é um grande Estado. Não tem um lugar que a gente não vá e que as pessoas não brilhem os olhos para falar da nossa organização, comprometimento com o trabalho sério, produtividade, qualidade de vida e bem-estar da sociedade. Infelizmente, o cenário atual, por causa das pessoas que hoje estão na condução do processo, está manchado em meio a denúncias que estão em investigação. De toda forma, acredito que as pessoas de bem sempre estarão dispostas a ajudar Santa Catarina no momento em que mais precisa. Estaremos sempre aqui para ajudar Santa Catarina.


Schettini: Qual sua avaliação do Governo Federal?

Salvaro: O brasileiro tem vivido momentos difíceis quanto ao Executivo federal. São muitas tentativas, por meio do voto, de acertar. Mas já faz um bom tempo que não há uma perspectiva real de melhora em curto, nem mesmo em médio prazo. Hoje, a polarização do Brasil tem dificultado ainda mais um entendimento nacional. Reformas, decisões importantes e projetos fundamentais tem ficado em segundo plano por causa de conflitos diários, provocados por ambos os lados, e isso não é bom para o país. A população votou na esperança de ver uma agenda econômica positiva que trouxesse mais justiça social e qualidade de vida aos brasileiros. Mas, por falta de habilidade e articulação dos governantes em Brasília, isso não está acontecendo. Eu lamento muito esse cenário.


Schettini: O Sr. tem buscado a reeleição com quais caminhos de entendimento?

Salvaro: Eu deixei para falar sobre eleição a partir da data correta para isso, durante o período determinado pela Justiça. Por enquanto, estou muito focado com nossa equipe nesse enfrentamento ao coronavírus e na recuperação econômica do município. Mas claro que, como já disse, pelo meu jeito de ser, de gostar de gente, de gostar de conversar, de buscar entendimento e pontos comuns no projeto de crescimento de Criciúma, tenho sim buscado caminhos que tornem esse projeto sólido e viável.

Schettini: O efeito eleitoral de 2018 foi atropelado pela realidade?

Salvaro: Falei isso outra vez e repito. O eleitor está muito amadurecido. Prova que o Brasil está no caminho certo. Acho sim, que é um processo de continuidade. Era necessário causar um abalo na estrutura viciada corroída pela corrupção e pelos maus gestores e a incompetência que imperava. Agora, na minha visão, o momento é seletivo. O eleitor começa a perceber o cenário com aqueles gestores públicos que promovem e criam ambientes para efetivação de resultados. Apenas desta maneira, escolhendo políticos que se preocupam com boa gestão de recursos, de pessoas e focados na inovação, é que o país vai avançar.


Schettini: Criciúma mudou em que na sua gestão?

Salvaro: Criciúma tem 230 mil habitantes e se tornou uma cidade eficiente. A gestão é como numa empresa. Sem resultado, sem cargo garantido. Enxugamos a máquina pública, o gasto com nossa folha de pagamento é inferior a 36% da arrecadação, quando o aceitável pela legislação é de até 50%. Tocamos a cidade com apenas cinco Secretarias. Em 2017, quando retornei, não tínhamos nem casa para morar por causa dos incêndios de 2015. Reunimos a sociedade, recebemos ajuda, coordenamos a reconstrução, um ano depois, já estávamos de volta. E, a partir daí, foram dois anos de crescimento e desenvolvimento.

Inauguramos a UPA, o Parque dos Imigrantes, o Parque Prefeito Altair Guidi, assumimos escolas do Estado e transformamos a educação nos bairros. Inauguramos 39 ginásios em escolas. Em Criciúma, havia apenas seis em toda a história da cidade. Vamos concluir 2020 com mais de 800 ruas pavimentadas por toda a cidade. A segunda etapa do Canal Auxiliar ao rio Criciúma, que amenizou o problema das cheias em nossa cidade, foi concluída. E a terceira etapa continua firme. Conquistamos, graças ao nosso conceito “B” de avaliação financeira, o direito de ingressarmos no financiamento do Fonplata [Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata], que resultou no grande projeto de Mobilidade Urbana da cidade. A avenida Santos Dumont, no bairro São Luiz, vai se tornar um complexo viário tão importante quanto é a avenida Centenário hoje para Criciúma. Uma revolução enorme. Claro, não fizemos tudo, a cidade é um organismo vivo. A luta contra o coronavírus tem demostrado que temos uma equipe preparada para o imprevisto, que sabe agir e reagir. Estamos no caminho certo, e o criciumense sabe disso.

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